segunda-feira, 29 de julho de 2013

* Papa Francisco me deixou vislumbrado na entrevista ao Programa Fantástico!

Estarrecido e vislumbrado!
Estas as palavras para descrever  como fiquei após assistir à entrevista do Papa Francisco I ao Programa Fantástico.
Durante a entrevista eu não me movi, a respiração quase parou. As palavras fluindo daquele ser calmo, tranquilamente expondo frases de homem humilde e de coragem pelo aprofundamento e crítica social e reconhecimento dos erros da própria Igreja Católica.
Sobre a juventude, ele disse não se agradar de jovens que não não protestam. Mas pediu para as autoridades ouvir os jovens e para as facções políticas manipular os jovens. Os jovens devem ser revolucionários: “Com toda a franqueza lhe digo: não sei bem por que os jovens estão protestando. Esse é o primeiro ponto. Segundo ponto: um jovem que não protesta não me agrada. Porque o jovem tem a ilusão da utopia, e a utopia não é sempre ruim. A utopia é respirar e olhar adiante. O jovem é mais espontâneo, não tem tanta experiência de vida, é verdade. Mas às vezes a experiência nos freia. E ele tem mais energia para defender suas ideias. O jovem é essencialmente um inconformista. E isso é muito lindo! É preciso ouvir os jovens, dar-lhes lugares para se expressar, e cuidar para que não sejam manipulados.”
Defendeu que a Igreja deve se aproximar mais do povo, principalmente dos pobres,mas sem defender ideologias político-partidárias. Isso ficou bem claro.
Sabemos como há quem confunda amparar ao povo oprimido com levar discursos de ideologias que nunca serão cumpridas. Sabemos como há distorções sobre ações clericais e questões politiqueiras. E como há muita gente usando a posição religiosa para se locupletar politicamente e economicamente.
O Papa condenou tudo isso e aconselhou. Disse que é contra tudo isso.
Papa Francisco condenou o Sistema Capitalista. Condenou “a idolatria ao dinheiro” que leva às injustiças sociais. Condenou um sistema econômico controlador do mundo que leva ao desequilíbrio social e descarta os extremos: crianças e jovens e idosos. Enfatizou sobre como o sistema econômico mundial claramente descarta as crianças, jovens e idosos. Isso até na Europa. E pediu para a luta em prol do aproveitamento da sabedoria dos idosos e da vitalidade dos jovens, educação e nutrição das crianças.
Na realidade, ele expôs como o capitalismo é degradante, desrespeitador dos direitos humanos, do meio ambiente, provoca exclusão, fome, analfabetismo. E explora essas fragilidades.
Vemos assim como a Igreja Católica, tida como bases de uma sociedade injusta, está atualmente, através do seu líder, lutando por desenvolvimento sustentável e solidário: “Penso que temos que dar testemunho de uma certa simplicidade - eu diria, inclusive, de pobreza. O povo sente seu coração magoado quando nós,  as pessoas consagradas, são apegadas a dinheiro.”
Questionado sobre como a Igreja Católica vem perdendo fiéis para evangélicos e outras religiões, ele reconheceu sobre como o clero católico deve se aproximar mais do povo. Disse que os sacerdotes ficaram afastados das comunidades e precisa mudar isso. A Igreja precisa ir às ruas e às comunidades mais carentes e sair dos palácios clericais:
"Pra mim é fundamental a proximidade da Igreja. Porque a Igreja é mãe, e nem você nem eu conhecemos uma mãe por correspondência. A mãe... dá carinho, toca, beija, ama. Quando a Igreja, ocupada com mil coisas, se descuida dessa proximidade, se descuida disso e só se comunica com documentos, é como uma mãe que se comunica com seu filho por carta." Assim expressou o Pontífice.  Ouvindo isto lembro de outro Papa: João XXIII e sua Encíclica “Mater ET Magistra” (Mãe e Mestra). Mas após João XXIII, este já é o quinto Papa e a luta continua!
Francisco também explicou a atitude que toma em relação a sua segurança: “Eu não sinto medo. Sei que ninguém morre de véspera. Quando acontecer, o que Deus permitir, será. Eu não poderia vir ver este povo, que tem um coração tão grande, detrás de  uma caixa de vidro. As duas seguranças (do Vaticano e do Brasil) trabalharam muito bem. Mas ambas sabem que sou um indisciplinado nesse aspecto.”

Diante da coragem do Papa até de ser transparente sobre os escândalos econômicos e morais do Vaticano, compreendemos o motivo porque ele em vários momentos dessa visita ao Brasil disse que precisa de orações. Muito corajoso seguir a luta contra a corrupção e conservadorismos sociais e clericais. Com certeza, ao observar essa luta do Papa, compreendemos como há vilões desejando a queda de sua liderança: "Agora mesmo, temos um escândalo de transferência de 10 ou 20 milhões de dólares de monsenhor. Belo favor faz esse senhor à Igreja, não é? Mas é preciso reconhecer que ele agiu mal, e a Igreja tem que dar a ele a punição que merece, pois agiu mal. No momento do conclave, antes temos o que chamamos congregações gerais - uma semana de reuniões dos cardeais. Naquela ocasião, falamos claramente dos problemas. Falamos de tudo. Porque estávamos sozinhos, e para saber qual era a realidade e traçar o perfil do novo Papa. E dali saíram problemas sérios, derivados em parte de tudo o que vocês conhecem: do Vatileaks e assim por diante. Havia problemas de escândalos. Mas também havia os santos. Esses homens que deram sua vida para trabalhar pela Igreja de maneira silenciosa no Conselho Apostólico.”
Bonita mensagem que ele deixou no final: "não importa se católicos, evangélicos, judeus, ortodoxos ou seja qual religião, mas que dêem educação e comida às crianças e jovens famintos e sem educação"..."Questões religiosas se resolvem com diálogo, mas antes de tudo é necessário amparar aos necessitados!...."
Veja o vídeo da entrevista completa:

O Fantástico deste domingo (28) exibiu entrevista exclusiva com o Papa Francisco, a primeira a um jornalista desde sua eleição. Na sua visita ao Brasil, o sumo pontífice encontrou tempo na agenda para receber o repórter Gerson Camarotti, da GloboNews, para uma conversa franca.
Foto divulgada pelo Vaticano mostra jovem em confissão com o Papa
O Papa ouviu na manhã de sexta (26) a confissão de cinco jovens inscritos na Jornada Mundial da Juventude, durante encontro na Quinta da Boa Vista, Zona Norte do Rio de Janeiro. O grupo foi formado por três brasileiros, uma italiana e um venezuelano. O pontífice fez também uma oração com os fiéis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário