sexta-feira, 22 de julho de 2011

* Do Amor em Flor





















Quando floresce o amor
Coração palpita em festa
Cânticos da mente em flor
Toda felicidade atesta



















Mas se não podemos vivenciar
Mas se não podemos externar
Um grande amor embutido em nosso peito
Tortura se torna viver por deprimido jeito
Por fatídico desprezo de quem amamos
E sabemos dos semelhantes sentimentos
Ultrapassando limites de pueril carnal paixão
Que medos e idiossincrasias impedem união
Alma do Poeta não cabe mais jaula corporal
E voa para bem longe desse sofrer sem igual


















Mesmo existindo grande Amor
Devemos tratar como uma flor
Que deve ser regada todo os dias
Que precisa de adubo, água e sol
Senão secará no primeiro arrebol.
Assim o Amor flor que triste secará
Se não houver reciprocidades de dedicação.
Mas como é Eterno não fenecerá
Como flor que seca e guardamos com carinho
Continua o aroma perfumando a Alma.


















E como a flor enquanto murcha
Recebendo luz, água e carinho pode se recuperar
Assim também quem ama e é desprezado
Pode ser recuperado com dedicado afago.
Então vá logo recuperar aquele amor entristecido
Que você relegou ao sofrimento e penúria do desprezo
E juntos cultuem um jardim de sonhos floridos
Amando em alma e com todos os sentidos.
Nunca é tarde para recuperar o que a Divindade lhe presenteou.
E verá que mais forte o sentimento será e o amor se eternizará
Frutificando enlevos e dádivas além desejos efêmeros carnais.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

* Migração astral na motricidade do vôo poético















Ai de quem tem um grande amor
E nega a se doar com todo o calor
Desprezando dádivas divinas.
Grande escravidão é amar sem poder expressar sentimentos
Ao ser amado impingir cruéis sinas
Levado à morte em vida pelo veneno dos fatídicos tormentos.
Viver sem poder expressar um grande amar é castigo dos mais insanos.

Ai de quem despertar os mais sublimes sentimentos num poeta
E o relegar sofrer abandono na no escanteio de uma vida incerta.
Quem sublima sentimentos em busca do Amor Infinito
E permeia luz em versos num amor nunca antes visto
Não merece receber em troca as piores ingratidões dos mundanos.












Na triste amargura carcomendo suas entranhas
A cada dia desfalecido sob as tormentas tiranas
Um último grito em adeus ecoa em versos pranteados:
“Meu Reino não é deste mundo! Não pertenço a tempo e espaço presente.
Melhor me isolar, de toda a maldade me afastar e sucumbir do mundo ausente.
Deixo alguns poucos versos como herança
Para quem deles souber absorver ensinamentos
Preciso ascensão cósmica sem tardança
Em vôo sem limites, a poesia me leva com suas asas
Na busca dos liames do verdadeiro amor em algum lugar do passado
Ou na atemporal sideral evolução.
Tendo nos lábios o nome da mulher amada
Despeço-me desta vida de terrenos sonhares
Para ansiado encontro nos celestes pomares
Onde meditando minha amada esperarei
E lá na alvorada de mim mesmo me alimentarei
Dos doces frutos das bem-aventuranças”.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

* Luminário



Meus versos soluçantes
Em traços navegantes
Não gritam como antes
Por trilhares errantes
Andejam alegres e triunfantes
Na companhia dos Hierofantes

terça-feira, 19 de julho de 2011

* Sintonia Cósmica

Não contarei o maior segredo
Não me prende nenhum medo
Nada me envaidece nem me impede ir mais além
Não quero dos paramos infinitos ficar aquém
Preciso suplantar liames pueris
Preciso domar sensações servis
À matéria densa, âncora dos desejos
Quero conquistar sublimes enlevos
O Infinito é meu limite no deserto onde navego
Sintonizado com alvores angelicais e cantos cósmicos
Fecho a porta para o mundano
Almejo chegar ao Grande Arcano
Diante do Altar 12 olhos me inspiram
No flamejar de sete flores de fogo
Domando 5 corcéis ferozes
Dos Devas escuto vozes
Ananda! Ananda! OM!

















* Se existe amor







Quando existe amor
Não existe vazio.

Quem diz sentir vazio
Não tem nenhum amor.
Amar é sentir intensa presença constante
Amar é pensar em quem ama todo instante
Quem ama de verdade está com o ser amado sempre
Não importa o que diga a maldade de mesquinha gente.
Pode sentir carência de afagos na ausência do toque de quem ama
Mas em sua essência desafia a ciência sentindo além enlevos na cama.
Pode sentir o frio gélido do inverno
Mas se existir sentimento mais terno
Nunca dirá que num torpor insano
Foge do amor como louco cigano
Sem rumo nas trilhas da vida
Impingindo ao amado uma ferida
De grande desprezo e desgosto
Qual cinzento dia brumoso.
Amar é vida aprimorada e fortificada
Quem ama quer sempre ouvir da amada
Palavras ternas e harmônicos diálogos
E protege quem ama dos cruéis dolos.
Quando existe amor algo é certo:
Quem ama quer sempre está perto
Ultrapassa todos os empecilhos
Para contentar a fonte dos seus mais loucos desejos
E para ter sua companhia se desfaz de todos os medos.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

* Sei lá...




"Sei lá"...
Não sei o que seria "sei lá"...
Talvez "Sei lá" signifique saber em algum lugar... Saber lá...
Esse "lá" seria longe ou bem perto
Mas me parece algo muito incerto
Esse "sei lá"...
Sei lá pra que esse "sei lá".
Não saber o que dizer...
Mas eu teria muito a dizer sobre muito amor.
Mas eu teria muito a falar se não ouvisse esse "sei lá"...
Mais ainda se não ouvisse "não sei o que dizer"...
Não saber dizer "boa noite, meu amor"...
Não saber dizer "saudades (e depois uma frase mágica)...
Sei lá porque esse "sei lá"...
Gostaria de saber "lá" e "cá"...
Só sei de mim e do que vibra em meu peito.
Só sei que não me importa alheio jeito
De me dizer esse "sei lá"...
Mas é bom saber quem sabe algo "lá" ao afirmar "sei lá"...
Eu deveria ter respondido,
Vem logo aqui pertinho e saber cá juntinho ao meu peito
E ouvirás a canção do coração
Cantando teu nome e tudo que de mim e de ti sei aqui, vem cá!
Aqui sei que não ouviria a frase "não sei o que dizer" porque falarias com a linguagem do teu toque em tenras carícias epiteliais!
Eis mais um motivo de te querer aqui. Vem cá!
Somente aqui eu sei. Estou muito aquém de saber lá!

sábado, 9 de julho de 2011

* Porque passam, passarão.




Existem ecos em nossa memória
Que nos segue toda a vida
E transformam-se em cânticos
Ou sussurros assombrosos
Encantos ou desencantos
De momentos ou de fases
Tramas de vida
Traumas da vida
Ou enlaces de bons pensamentos.
Mas passam de todo jeito...
Sempre passarão
Como raio clarão.









Também há gente assim
De um querer sem fim
Ou apenas como trovão
Ou raio de simples clarão
Que se apagou e sumiu
Igual palavras ao vento
Sem registro que ficou
Na escrita da pauta d’alma.

Porém há registros na memória
Que nenhuma palavra ou poema
Pode expressar a beleza que passou
E ficou ali somente em sonhos e mente
Cuja lembrança alegra o coração da gente!
Impossível descrever
Impossível reviver
A não ser em onírico sonhar.
E por isso meu viver é sonhar.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

* Tudo em nada a ver



















-Tudo tem uma razão de ser
-E na vida absurda a razão foi banida!
-Cada ser tem sua razão sentida!
-Em cada mente um universo de sonhos e quereres
Defendendo próprios modos de ver o mundo..
-Lentes angulares, lentes refratárias, lentes de aumento, lentes de ínfimos olhares
-Olhos nus, puros ou enfermos míopes...
-Todos defendendo ilusórias visões, alucinações...
-Seria esta sociedade absurda, uma alucinação sob efeito da lente distorcedora da umidade atmosférica poluída por subpartículas ou gases tóxicos dos dejetos humanos?
-Desumanos!














-Onde os humanos?
-Subhumanos em submundos subsociais de uma sociedade caindo no abismo da autodestruição...
-Suicídio coletivo!
-Quem reage?
-poucos...

* Um conto de um pranto






















Tempo passou
A quem ficou
Avião aportou
O tempo restou
Paixão acabou
Estrela definiu

















E tudo que sobrou
As vagas não destruíram
Somente o embuçar das recordações
A pedra sob o travesseiro espesso
Recheado com as folhas que os ventos trouxeram
Pelas tempestades do meu deserto incerto
Esquecido quando mergulhou em vulcões de mundanas disputas.

* Sonho confeito deteriorado no insone desaguar de mágoas
















Enfeitaram um sonho
Confeitaram guizos ilusórios
Tramando reações que sublimei
Nos meus versos sonâmbulos
Com meu grito preso a gargata

Luar tristonho que o céu não aponta
Sinto a espera detentora de não ter medos.
Aqui perambulado os mais sutis segredos
Pelos versos transitando minh’alma que teima ser criança.














Aqui estou contrafeito
Detonando insatisfeito
Vocábulos revoltosos
No embalo dos ruídos matinais
De um dia a transcorrer um tempo enfadonho















O mal cheiro do Rio Una, tão negro mais que antes
Poluído pelo desordenamento urbano e esgotos politiqueiros
Despejando no inocente irmão sangue natural da minha terra;
Que deságua em meu estro para se purificar em versos
Que devolvo à terra putrecendo lamas e areias impregnadas de coliformes fecais
Das escoações do Palácio do Bambu e além outros antros politiqueiros
Dos Partidos partidos pisando idelogias com seus traidores homens descolorizados
Mal amados, brutalizados, cooptados pelo poder econômico.


















Preciso dormir
Ao paraíso ir
Rapidamente daqui sair
Ascender além pesadelo
Deste entremeado insano
Da cratera traidora a mentir.


E amanhã quero acordar a mim mesmo

E acordar a todos meus concidadãos

Para um novo dia sermos mais irmãos

Não temerei se meu brado falar a esmo



Esqueci a sede, o sono e a fome num madrugar
Sem os carinhos da amada caminheira em mesmos sonhos.
Saudade do sorriso que me acolhe e dos afagos que me acalenta.
O calor dos beijos e abraços apenas em lembranças mornas
Adubam flores nos canteiros do meu peito vulcânico
Nas vésperas de erupções dos desejos insatisfeitos.

* Distante me sinto em casa

















Mundo
imundo
partido
Dos Partidos
partidos
Dos homens dos Partidos
partidos
Dos homens partidos
divididos
E quem é homem completo, inteirado com sua essência pura

não teme mostrar sua ingenuidade de inteira alma desnuda
Dizendo: “Esse não é meu Reino” de homens partidos














Partidos sem humanidade
Desconexos

Complexos

Megalomaníacos desencontros desumanos.

Civilização decadente, egoísta depredadora suicida

Que não reparte bens materiais, de bondade exaurida.

Quero voar muito além.

Está tudo muito aquém.

Não quero ter meu poético coração partido

Como servil de falsa ideologia de um Partido.





















Vou às plagas mais longínquas
Andejo versos em cataratas de rios caudalosos de esperanças.
Mesmo apenas tendo o chuveiro onde mergulho na purificação dos meus banhos diários.
Aqui meço meus sonhos, teimando, sem poder chegar às dimensões infinitas que eles são.


































Aqui me despeço dos seres da mesquinhez, idiossincrasias maléficas destruidoras da ida sublimada.
Não é meu mundo e quero dizer adeus.
Adeus aos brotos que não deixaram brotar nas primaveras
Cujas sementes levarei comigo para os jardins de primores.
Sei de quem ouve meu silêncio e deseja o meu canto.
Então não mais perderei tempo insistindo ficar entregue a este exercício amorfo masoquista.
Eu sei voar e singrarei os ares rumo às galáxias mais distantes onde me sinto em casa. Não mais ficarei aqui onde sou indesejado extraterrestre.

* Segredando à brisa invernal
























Queria nesta tarde fria
Ser calor e força
Abraçar-te com alegria
Vida incauta absorta
No afago do calor da amizade
Contigo cantar ternas canções
Com liames ternos de Eternidade.

E mesmo no gélido vento que a tarde assobia
Meu coração ferve em labaredas de sonhos
Fantasias em busca da tela das visões poéticas
Não mais tristezas que há tempos me enternecia

Amizades solidárias são bálsamos cálidos risonhos
Meu amor voará livre sobre noctâmbulas estéticas.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

* Feliz quem tem quem partilhe voos além paixões


















Feliz quem tem uma mulher amada
Que empresta ou faz criar asas
Ou "dá asas", como um ignobil vulgo inepto,
Levado por invejas disse psicopaticamente tentando depreciar
Por não saber o que significa a sublimidade do verdadeiro amar.















Eu sou poeta, inerentemente meu estro inspirado,
Com liames dos cantos angelicais! Sei voar.
Melhor ainda quando tenho quem voe comigo aos píncaros cósmicos
Duranta momentos de afetos mais íntimos para enlevos de tórridos !
Somente um grande amor pode levar uma mulher a "dar asas" ao companheiro
E em voos altaneiros, sem medidas juntos singrar
Alturas que somente os Anjos podem acompanhar.
E de cima podemos ver quem se alimenta da lama dos pântanos
E sabe apenas ter inveja quem tem asas para voar!














Eu sou um poeta encantado que não passará
Não ajo em vida como passarinho em busca de arribação.
Eu sempre estarei te levando em voos além da paixão.
E leves percorreremos mundos ignotos
Muito além de tristes pesares remotos.
Nosso trilhar será entre as estrelas!
Nosso cantar será com os coros angelicais.
Pois ansiamos a Eternidade em nosso intenso amar!













Amo pelo Sagrado inerente em nós.
Amo pela Força do que por mim sentes
Amo porque se a voz falha em teu coração não mentes.
Amo tanto que a saudade é dor atroz.















Amo tanto que basta uma palavra tua
Para esclarecer o que poderia se tornar ciúmes
E não quero vibrar em poema cruéis queixumes
Eu já te entreguei há muito minh'alma nua.















Amor que me leva ao perdão sem limites
E se meus versos já te transpareceram tristes
Vem habitar comigo esse meu deserto
Vem me alegrar com teu carinho e afeto






















O palpitar no meu peito tem uma canção
Muito além qualquer mundana paixão
Porque é insessante cântico angelical
Cantando amor por ti sem ter igual!























Saudades decaem meus ânimos
E tens em mãos meus segredos, além de saberes meus limites e fragilidades.
Se quiseres me destruir sabes as armas
Mas a força do amor no teu peito
Como no meu suplanta todo defeito.
Amar é laboriar na esperança e na tolerância
das provas em meio às mundanas idiossincrasias.

domingo, 3 de julho de 2011

* UM POETA RUMO À ETERNIDADE

ERA UMA VEZ UM POETA QUE QUERIA SER OUVIDO
E O POUCO QUE FOI OUVIDO
FOI TUDO MUITO DISTORCIDO;
O POETA SUPLICOU.
O POETA SE HUMILHOU.
MOSTROU QUE SOMENTE QUEM AMA NÃO SE LEVA PELO ORGULHO
E A HUMILDADE O LEVOU A SE DESPOJAR DE TODO O EGO
E EXPRESSOU O MAIS PROFUNDO SENTIMENTO
REVERENCIANDO A MULHER AMADA AOS SEUS PÉS COM A TESTA NA SARGETA.

MAS O POETA FOI MAL COMPREENDIDO
E NO DESNUDAMENTO DE SUA ALMA
OFENDEU A REVERENCIADA MULHER AMADA.
PORÉM UM CÂNTICO DE ANJOS FALOU EM SEU NOME
E DE TANTO ORAR NUM JEJUM INSISTENTE INSONE
OBTEVE A ATENÇÃO E COMPREENSÃO DA MULHER AMADA.

O AMOR CRESCIA MAIS E MAIS NO CORAÇÃO DO POETA.
TODO SEU ESTRO CANTANDO VERSOS EM GRANDE FESTA
TODA VEZ QUE SUA AMADA O VISITAVA
TODA VEZ QUE SUA AMADA O PRESENTEAVA
COM OS MAIS FINOS CARINHOS NUNCA ANTES SENTIDOS
PROPORCIONANDO PRAZERES INIGUALÁVEIS
ACOMPANHADOS DE PROMESSAS SOB AS ÃNSIAS DE VOLUPIAS...
PROMESSAS DE AMOR ETERNO...
PROMESSAS DE PARTILHAS DO VIVER...
PROMESSAS DE TUDO QUE O AMOR ANSEIA...
O TEMPO PASSANDO
O POETA ESPERANDO
O PORVIR DOS SONHOS DAS PROMESSAS...
O AMOR VIBRANTE QUE TRAS COMPREENSÃO, TOLERÂNCIA E CREDULIDADE.
E POR MAIS QUE MUNDANOS TENTASSEM ACUSAR TUDO SER FRIVOLIDADE
APESAR DE BOATOS INSANOS IMPINGINDO TORPES ACUSAÇÕES DE LEVIANDADES
O CORAÇÃO DO POETA MACHUCADO
DEFENDENDO SUA AMADA COM TODO AFINCO
E MOSTRANDO QUE NADA FARIA ESSE AMOR EXTINTO.

DIAS, SEMANAS E MESES DE SAUDADES A CORROER OS ÂNIMOS DE VIDA
E O POETA TENDO APENAS ESPERANÇAS DO AMOR PELA MULHER QUERIA.
A CADA ENCONTRO, NOVO DESPERTAR DE FORÇAS DO VIVER.
A CADA DESPEDIDA, A VOLTA DO TORMENTO
DE NÃO A TER PERTO COLADA AOS SEUS BRAÇOS
A COMPANHEIRA TÃO SONHADA
PARA PARTILHA DO VIVER BUSCANDO A ETERNIDADE.
E POR MAIS QUE O SOFRER IMPINJA ANGÚSTIA E DECAIR FÍSICO
SENTIMENTOS PROFUNDOS SUSTÉM PALPITAR CARDÍACO.
A DOR ATROZ DA ESPERA E DO SENTIMENTO DO DESPREZO
SEMPRE APLACADA POR PALAVRAS CARINHOSAS E CARINHOS
RAPIDAMENTE SE FINDANDO EM POUCAS HORAS DE ENCONTROS.
E SABENDO DISSO, CADA SEGUNDO O POETA SABOREANDO
OS NECTARES DE FREMITOS PALPITARES NO ÊXTASE DE ÍNTIMA UNIÃO.

COM O TEMPO, OS DIAS DE ENCONTROS CADA VEZ MENORES QUE OS DIAS DE AUSÊNCIAS.
E SEMPRE A PROMESSA A CADA ENCONTRO QUE NÃO MAIS SE AFASTARIAM.
E SEMPRE SUA AMADA AFIRMANDO QUE NINGUÉM NUNCA OS SEPARARIAM.
DO ESTRO DO POETA SURGINDO VERSOS INSPIRADOS EM SUAS SUBLIMES ESSÊNCIAS.

O CÂNTICO PARECIA NUNCA MAIS SER TRISTE
A ALEGRIA EXTASIANTE ONDE SÓ NO AMOR EXISTE.
PLANOS DE FRUTOS CELESTIAIS
DA UNIÃO DE SEMENTES GERATRIZES
PINTOU QUADRO DE DOURADOS MATIZES
PARA VINDA DE UM SER SEM IGUAIS.
A IRA AFASTOU ANGÉLICAL BÊNÇÃO.
MAS A AMARGURA E TRISTEZA
NÃO FINDARAM NO MAIS CRUEL PAVOR
FORAM TRANSMUTADAS NO CÁLICE DO AMOR.

GOPALA! GOPALA! GOPALA!
O CÃNTICO PERDUROU
E TODA IRA SE APLACOU
E SÓ SE OUVIU CELESTIAL FALA:
ANANDA! ANANDA! ANANDA!
AQUI NÃO HÁ TREVAS!
AQUI A LUZ QUEM MANDA!

RAM! RAM! RAM!
CELESTIAL ARQUEIRO
COM OLHAR CERTEIRO
CERTIFICOU A PROMESSA
FALOU DO CÉU EM FESTA
NUM SONHO DO POETA
COM SUA ESTIRPE UNIDA
FAMÍLIA TROUXE A CRIANÇA NOS BRAÇOS
LÁ NOS MUNDOS ALÉM DENSOS ESPAÇOS.

E NUMA PROVAÇÃO MAIOR
A AMADA DO POETA VAI PARA MAIS LONGE.
SEM SABER QUE UNIÃO CELESTIAL ESCONDE
DE UMA NOITE DE ABRIL E NO VENTRE
DESPERTA TAMBÉM EM SONHO
UM BARCO, O MAR, AS ÁGUAS CALMAS
O GURU ALERTOU E TAMBÉM A CIGANA
MAS NUMA INTEMPERANÇA INSANA
UM ENVIADO PSICÓTICO PROVOCOU
OUVIDOS ATURDIDOS PELA IRA AVISADA PELO POETA
APUNHALOU TODO O CELESTIAL CORTEJO EM FESTA.

PEDINDO AOS ANJOS PARA IREM ACUDIR SUA AMADA
ELES VOARAM RÁPIDOS DEIXANDO DE SEGURAR AS COLUNAS DO TEMPLO
E OS CÉUS CAÍRAM SOBRE A CABEÇA DO POETA.
A FUGA DA AMADA DESEJANDO PAZ...
E O POETA RESPONDE:
A PAZ É INERENTE À ALMA.
A ALMA É ETERNA E O CORPO COM TODAS AS MAZELAS DE DELÍRIOS DOS DESEJOS E SOFRIMENTOS SE VAI NUM PISCAR DE OLHOS...
É RAPIDO... TÃO SIMPLES SAIR DESTE CORPO... TÃO RAPIDO E SIMPLES...
O POETA TAMBÉM QUER LIBERDADE...
LIBERDADE É PODER AMAR E COMPARTILHAR A VIDA UNIDA RUMO À ETERNIDADE...
NÃO TENDO COM QUEM COMPARTILHAR, FÁCIL ABREVIAR A IDA SOZINHO RUMO À ETERNIDADE...
AMAR É PARTILHAR.... SE AMA E NÃO PODE PARTILHAR, O VIVER SE TORNA BREVE E SE ESCOARÁ NUM PISCAR DE OLHOS... PORQUE VIVER É AMAR.
E SE NÃO PODE EXPRESSAR ESSE AMOR NÃO TENHO RAZÃO PARA VIVER.



E ASSIM O POETA INSONE ESQUECE A VIDA TERRENA...
MADRUGADA ADENTRO PEDE AOS MENSAGEIROS PARA APLACAR A IRA QUE NUBLOU ENTENDIMENTOS DA AMADA
NOITE E MADRUGADA ANGUSTIADA
AGUARDANDO A ALVORADA
PARA NO JEJUAR RUMO AOS CÉUS
ENCONTRAR A ESSÊNCIA DA ONIPRESENÇA
QUANDO ESTARÁ PARA SEMPRE UNIDO
AO SEU GRANDE AMOR
MUITO ALÉM PRAZERES MUNDANOS
AFASTADOS DOS DESEJOS INSANOS
PROVANDO NÃO TER SÓ UMA PAIXÃO
NUBLADORA DE CELESTIAL ASCENÇÃO
E SE PERPETUARÁ COMO EXEMPLO DE UM VERDADEIRO HOMEM QUE NÃO MORREU MAS SE ENCONTOU DE TANTO AMAR
E EM ESPÍRITO SE FEZ CASAR

COM QUEM SONHOU TODA A VIDA
E GUARDARÁ A MULHER PROMETIDA
COMO UM ANJO SEMPRE PRESENTE
INVISÍVEL DE TODA TORPE GENTE
COMO OS ANJOS LUMINANDO OS MUNDOS
ACOMPANHADO DO SEU PROMETIDO GOPALA
ANANDA! ANANDA!