quinta-feira, 23 de julho de 2009

* Esvoaçando o estro num dia nublado


Hoje o dia amanheceu nublado.

Chuva caindo. Bem fininha.

Vento frio.

A chuva que cai são como as lágrimas presas em meu estro, as quais deságuo nos versos tristes do meu passado.

O tempo que passou rápido não me fez esquecer de perceber os invernos ficando mais frios e os verões ficando mais quentes.

Mas não pintarei meus cabelos. Deixarei eles pratearem ao gosto do passar do tempo.

Não me deixarei levar pelo tempo. Quero o controle de levar ele.

E ficarei espectador desse espetáculo de vida, ímpar a cada momento, embora tendo vários acessos de dèjavour!


Para que esperar o momento

quando posso com meu intento

construir os segundos do meu tempo?


Os seres baços trafegam na rua, sonambulamente entregues aos barulhos da agitação da cidade.

E eu olhando a distante montanha verdejante, devaneando minha silenciosa esperança.


Os raios solares teimosamente abriram clarões entre nuvens. Os cânticos dos pássaros trouxeram um despertar de alegria e esperanças.

A Natureza sonorizou encantos em minh'alma.

A chuva passou. Porém o Sol timidamente se esconde atrás de nuvens...

Somente com minhas asas de poesia posso transpor as nuvens e sentir o calor do Sol!


© Jaorish


Palmares, 24/Julho/2009.

* Não gosto de generalizações, principalmente de gênero!




Ontem, conversando com uma amiga, ela comentou, quando falava sobre decepções tidas em relacionamentos: "- Os homens são assim, como você muito bem sabe"!Eu respondi, "não sei, nunca tive relacionamentos com homens"...


Ora, acho um absurda essa generalização. Se teve decepções com um homem, não deve generalizar, condenando todos os homens. Eu tive decepções e não condeno todas as mulheres porque algumas erraram.


E não me sinto bem quando me colocam em lugar comum, junto com os outros homens que erraram e agiram muito diferente do que ajo ou eu sou!Isso é jugar mal. Sem me conhecer direito, sem saber minhas reações mais íntimas e sinceras, dizer isso, me colocando na mesma vala comum de gente grosseira e insensível!


Isso é discriminação de gênero. É um tipo de preconceito muito comum! Há pessoa preconceituosas e não notam. Mas ao conversar com elas, alguns comentários expressão preconceitos sutis ou bem claros!


Eu nunca disse, "as mulheres são assim", generalizando, colocando todas no mesmo nível. Acho que todas precisam de chances. Cada pessoa é um universo próprio a ser explorado e descoberto. Cada pessoa tem ímpar personalidade e caráter.


Nos meus relacionamentos, muito aprendi. Se houve incompatibilidades, eu guardo o que houve de bom. Em todas as experiências há aprendizados e muito acrescentam em nossa vida. Além disso, acho que frases generalizadoras deste tipo, provém de quem não tem educação espiritual.


E eu que não sou machista! Sempre defendi Direitos da Mulheres e respeitei!


Eu sempre respondo em tom de brincadeira ao ouvir esse tipo de frase: "- Os homens são assim? Ainda bem que não sou homem... Sou artista liberto de liames e limites de gênero, navego em dimensões além fronteiras de sexos porque ator não tem sexo!"...


Numa ocasião ouvi um telefonema de uma ex namorada, ela ao celular dizendo para uma amiga: "Ora, homens são assim mesmo! Homens não prestam!". Ouvindo isto, me aproximei dela e disse, "se homens não prestam então porque dizes que me desejas e me amas? Sou um homem!..." Depois me lembrei da minha condição atual de vida de artista e pedi desculpas porque naquele momento de revolta me deixei levar pela instinto de auto preservação masculina (algo que não se condiz para um ser evolúido e mais ainda para um artista poeta, pois a criatividade poética é essencialmente pura e feminina)!


Até os animais não podem ser julgados assim. Cada cãozinho, cada gatinho que convivi acolhendo em minha família, possui personalidade própria, com seus caprichos, sentimentos, gostos e caráter ímpar!



Quem tiver recalques, precisa fazer psicanálise para quebrar barreiras que impedem plenitudes de relacionamentos e harmonias sociais. Somente pode existir relacionamentos entre seres humanos quando as discriminações e preconceitos inexistem!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Meu silêncio


O que dizer?
O que falar?
Nada a prestar contas sobre meu silêncio.
Não! Não farei explicações.
Desejo louvar em silêncio com os sons dos meus pensamentos!
Meu silêncio cala por mim.
Meu silêncio me cura por mim.
Minha voz cala.
Minha boca durante horas
Entregue aos suspiros
Entregue aos bocejos
Nunca expressou igual ao silêncio que me habita n'alma meditativa.
Se meu corpo dorme,
Meu silêncio acorda em mundo onírico de salutar criatividade.
Se meus olhos se fecham para o mundano,
Meu silêncio desperta para os anseios angelicais!
Se minha voz cala,
Meus pensamentos dinamizam construções mentais.

Há palavras fechadas hermeticamente dentro de minh'alma.
Apenas direi para quem se entregar em vôos aos mesmos sonhos meus.
Sonhos que não são somente meus, desculpe.
Compartilho com semelhantes inebriados na Arte.

Meu silêncio não cala. Ele é dinâmico trabalho de reconstrução de mim mesmo!
Meu silêncio é prece e é diálogo com a Eternidade.
Meu silêncio é energia estática ansiando dinamismo dos vocábulos vociferados nos palcos sob Luzes solares e lunares!
Meu silêncio é força, energia poderosa.
Quando eu decidir falar, será apenas um reflexo desta força.
Meu silêncio é Solarização interior e minha voz é o enluarar das minhas idéias!

Não estou silêncio por tédio.
Meu silêncio não gera o tédio.
Artista não é afetado por tédio!
E se meu semblante está serio
Meu silêncio rir da vida efêmera e segue rumos de Eternidade!
Meu silêncio é palco para coros angelicais.
Meu silêncio é mergulho em mim mesmo
No Universo da Divindade inerente em todo meu ser.
Meu silêncio é tudo que minh'alma não temeu crer.
Calem-se os barulhos humanos e desumanos e ouçam o silêncio que me dão asas além Universos! © Jaorish Gomes Teles da Silva

Madrugada do 09/07/2009