sábado, 8 de junho de 2013

* Um conto de desencantos



Um governante que não ouviu conselhos de quem era mais experiente:

Era uma vez um Mestre que vivia num Mosteiro no alto de uma montanha.
Recebeu a visita de um governante vitorioso de uma campanha eleitoral.
O Mestre foi procurado para aconselhar aquele político e após vários minutos de silêncio, comentou amávelmente:
“Lembres de quando eras oposição e criticavas quem estava no poder.
Agora estás na vitrine com todos a te observar.
Cuidado quando revidares críticas porque as pedras que jogares voltarão para teu teto que é de vidro!
Quando promoveres facções ou indivíduos sob tua tutela, lembres quando reclamavas das exclusões promovidas por teus algozes.
Quando distribuires as verbas, lembras quando reclamavas da falta de equitatividade da distribuição dos recursos dos teus inimigos. Eles estão a espreita esperando qualquer pequena falha tua para transformar em pontos de apoios de oposição.
Quando discursares e prometeres, lembres quando reclamavas dos discursos vazios sem ações daqueles que criticavas. Lembras das faltas de cumprimentos das promessas que recebestes!
Cuidado com a empáfia, a soberba e a vaidade. Surgirão vários falsos conselheiros a estimular tua vaidade. Se fores afetado por essas mesquinhez, cairás num abismo profundo e tua administração sucumbirá.
Quando nomeares tuas assessorias, lembres quando criticavas as inoperâncias, incompetências e falta de preparo técnico em políticas públicas daqueles sobre os quais direcionavas teus discursos. Portanto, se nãoãvigiares os camaleões se transformarão em cobras a devorar tua confiança.
Observes bem e poderás perceber as falhas de caracter de quem te circunda. E assim poderás te desvencilhar deles o mais rápido possível. A companhia de pessoas deste tipo não é sadia. Então, melhor ter poucos assessores fiéis e competentes honestos que ter muitos falsos bajuladores que apenas te levarão ao fundo do abismo!
Aprende a ser sincero e dizer não. Nunca enganes teus súditos com palavras dóceis somente para seres bonzinho e angariares simpatia, enquanto por trás mandas teus assessores fazer diferente do que prometestes.
Quando deres uma ordem, observes se teus assessores cumprirão. Observes se estão tratando bem ao povo que te elegeu. Se eles errarem será teu nome enlameado, e a maioria dessa gente politiqueira age errado para prejudicar quem os acolheu!
Não é sadio policiar, mas tendes ao teu lado quem possas confiar. Mesmo assim, o poder corrompe. Mantém harmonia na equipe e te livres dos desobedientes. Se o povo te escolheu, faze todos saber os motivos das atitudes mais rígidas que tiveres em prol do bom andamento do teu governo.
Evita muitos gastos no início do teu governo. Principalmente gastos pessoais. Conserva tua humildade e mostra aos eleitores que o poder não mudou teu modo de ser. Usa as verbas para o bem comum e vigies para quem teus assessores não se locupletem com benefícios de influências dos cargos e com os acessos ao erário da tua Cidade!
Tuas falhas serão maus exemplos a serem seguidos pelos teus assessores. Portanto, exemplifiques com o equilíbrio, o respeito, a força de vontade, o otimismo e a imparcialidade.
Não cedas espaços aos bajuladores, oportunistas e interesseiros que sabes te cercaram enquanto lutavas para chegar ao poder. Eles serão os primeiros a te criticar, trair e falar de ti se não deres o que almejam. Esses serão aqueles que tentarão te suplantar e usurpar o poder.Então procures te cercar das pessoas competentes e que são sinceras contigo.
Quando notares que algum assessor faz questão de se evidenciar, sem citar teu nome, vejas nele como um peçonhento e te livres dele!”
O governante recém eleito agradeceu ao Mestre, saiu pensativo. Mas ao dar os primeiros passos da administração, desobedeceu o último conselho: Foi levado pela vaidade estimulada pelas bajulações e se cercou de oportunistas, achando que eram amigos; os quais descumpriam ordens, agiam diferente do líder, inchando a máquina administrativa com os empreguismos dos familiares e asseclas das gangs sugadoras dos recursos públicos. Comprou propriedades, automóveis de alto valor, mau exemplo seguido por seus asseclas. As obras não aconteciam, as verbas somente davam para sustentar as assessorias envolvidas em festas superfaturadas e reuniões amorfas. Não ouvia aqueles políticos mais experientes que o ajudaram, subestimando pequenas falhas dos assessores a se transformar em graves erros como bolas de neves.”
O governo naufragou em poucos meses e o governante se tornou uma fonte de gozações e piadas em todas as esquinas. Mas o governante se manteve na ilusão, cercado de bajuladores e ouvindo somente o que o contentava e nunca mais procurou o Mestre do alto da montanha, até que ao perder o poder reconheceu os erros que o sucumbiram.
De que vale procurar um Mestre se não irá obedecer nem seguir as orientações¿ E pior quem não procura pessoas experientes e se afirma empafiamente “preparado para governar”!...

- História inspirada em fato real que sempre ocorre na vida politiqueira mundial!


TRISTEMENTE DE OLHOS NELES!

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