Hoje dia do silêncio
Meu silêncio.
Minha palavra que nego vociferar ao mundo.
Meus vocábulos calados, mas não porque tentam me calar.
Se a vilania social impinge um calar eu me faço fera
insandecida e minha voz se eleva às alturas sobre as cabeças dos pigmeus
usurpadores.
O meu canto hoje não enaltecerá tormentosas convivências.
O grito em minh’alma singra fronteiras cósmicas.
O brado silencioso vai além terrena vivência.
Hoje eu quis silenciar.
Mas meu olhar conversou com o Sol e fim de tarde dialogou
com as estrelas encobertas pelas nuvens.
Não silenciei para as divindades.
Não silenciei para as Hostes protetoras do meu jejum.
Silencio aos desejos e ao alimento aquoso e sólido.
O Prana me sustenta e me energetizo na medtação.
Energias superiores vigiam e cuidam do meu silêncio.
Ai de quem ouvir meus gritos no findar deste silêncio!
Há desenfreado desejo de reservar energias e controlar
temperentalismos.
Liberto-me dos vínculos mesquinhos de todos os “ismos”.
Liberdade maior é desvincular dos liames materiais.
Eis-me aqui passageiro transitar terrestre
Dialoguei através dos suspiros com a chuva a se
precipitar sobre o telhado e salpicar através das janelas que não fechei.
Não me sinto prisioneiro de mim mesmo porque em mim está a
liberdade do sonhar.
E analisando as efemeridades em que transito somente desejo
o silêncio...
Desejo exercitar o dom de ouvir, eis a grande e especial
ação de hoje.
Ouvir a chuva que calou o canto matinal dos pássaros neste
dia nublado
Ouvir os passos apressados que passam pela minha rua.
Ouvir os barulhos dos homens e suas máquinas.
Ouvir os sons que não respeitam minha privacidade e penetram
o recinto onde eremito e me enclausuro.
Mas o aprofundamento de imersão em mim mesmo me afasta de
todos os barulhos para ouvir Coros Angelicais,
Os sons da Criação Divina!
Meu intento superior construindo novo ser imbuído em
Curar as dores
Aplacar as iras
Incinerar rancores
Sublimar paixões
Feridas sentimentais.
O afeto que se foi.
Domar as feras
Renascer amores.
Mergulho nos sons do meu coração e do correr sanguíneo
pulsando minha vida.
Silêncio a recarregar forças e incentivos próprios
Porque os mundanos apenas querem sugar energias.
Interiorizo até calar meus sons.
Onde estou é meu deserto, minha gruta e minha floresta de
reclusão.
Onde estou construo e sou minha paz.
Onde estou e onde eu vou sou farol norteador, sou um Sol
iluminando.
Minh’alma vibra: Ananda! Ananda! Ananda!
Em meu silêncio encontro o Maior Amigo.
Em meu silêncio encontro o Divino inerente.
Eu meu silêncio eu me encontro verdadeiramente Fogo
Espiritual na Mão de Deus!
Jaorish Gomes Teles da Silva
Palmares, notâmbulo poético navegar de 13 de Julho de 2013
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