Lamento sobre a terra dos poetas agonizantes.
Palmares dos meus ninhos e âncoras.
Palmares de muitos cantares.
Palmares dos meus sonhos, vôos combalidos
Cerceados pela mesquinhez usurpadora.
Palmares de tantos encantos
Destruídos pela política deturpadora.
Palmares dos navegares em versos
Dos poetas construtores da tua História.
Histórias de variados poemas
Poemas com muitas histórias
Adernam no esquecimento e omissões.
Queria poder singrar teu Rio Una
Mas um agregado sólido rochoso impede.
Queria mergulhar fundo nas tuas águas
Mas a imundície dos esgotos e das usinas constrange.
Mas em versos purifico minhas mágoas
E calar este vociferar ninguém se atreve...
Decepções quisera que adernassem nas águas do Una
E levadas por ondas inclementes se misturassem ao Oceano das angústias insurgentes.
Que o povo clamasse educado pela Cultura agonizante.
Porém o crime perdura no uso de uma gente ignorante.
Do passado a Cidade vive de recordações.
Atualidade é sinônimo de contradições...
Marcam hoje, as saudades de tempos aúreos
Cujos registros foram levados pelas revoltas fluviais...
Restando apenas as memórias de quem teima contar,
Simples bardos críticos sobreviventes tratados como idiotas,
Porém galgam dimensões muito além das suicidas atitudes promotoras da ganância
Daqueles incautos galgando estrelato e espaço politiqueiro.
Coragem e luta somente nas lembranças
E poucos ainda nas teimosias inglórias...
Terra dos Poetas apenas um marco
Tradicional de passadas histórias.
A lira chora com a pena quebrada
Pelos desvarios de mandatários incoerentes
Que desprezam as glórias literárias presentes
Sem incentivar produção poética atual.
Tentam suplantar erros exaltando nomes do passado,
Esquecendo o quanto reivindicaram dos erros de governantes mais recentes.
Desprezo às tradições nunca vimos igual
Quando na comemoração da Emancipação Municipal
Literatura e Artes Cênicas não têm espaços nem incentivos.
Enquanto mudos são os versos engavetados escondidos
Ansiando se fazer em edições de livros.
Exaltam dois mortos e esquecem os vivos.
Até o imortal Jayme Griz é esquecido.
Telles Júnior com Museu escanteado.
Milton Souto, Fenelon Barreto, Lelé Correia e tantos mais
São apenas marcos em páginas que cujos nomes não se lêem mais.
Nem a placa de boas vindas à Terra dos Poetas não existe mais.
Isso o que a politicagem plutocrata à nossa terra trás.
Literatura deveria ser priodidade na Terra dos Poetas
Porém a prioridade é a politicagem e difusões das degradações...
Não há equitatividade de distribuições de recursos às expressões culturais.
E os eventos em derramas de altos cachês para artistas de outros rincões.
Jaorish
Palmares, 7 de Junho de 2013
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