Em andamento a publicação de um livro contundente, reunindo algumas produções poéticas de Jaorish e um Ensaio Literário defendendo a liberdade de poetar. Poemas produzidos entre 2004 e 2009, de uma fase criativa recente do autor.
O livro tem obras surgidas da interatividade na web e até obras compostas a 4 mãos, em parceria com outros artistas. E encerrando o livro, tem opiniões, críticas, depoimentos e poemas oferecidos ao artista por amigos e amigas do Brasil e exterior.
Numa entrevista, Jaorish explicou sobre o título: “Quixotescântico é a junção de duas palavras: Quixotesco e Cântico... Um cântico “quixotesco”, vocábulo provindo do personagem Dom Quixote, do romance de Miguel de Cervantes. Há uma identificação pelo meu jeito ideológico na Arte Libertadora e na teimosia de engajamentos culturais:
Viver em sonho lúcido na loucura do Viver na Arte e ter a Arte em vida. A dualidade de Dom Quixote e a dualidade da vida na Arte: loucura e lucidez...”
O dicionário Kinghost explica sobre “quixotesco”: Diz-se do que ou de quem é generosamente impulsivo; sonhador, romântico, nobre, mas um pouco desligado da realidade. Sobre isso, Jaorish afirma: “Não vejo no termo o lado pejorativo que afirma ser quixotesco quem está só na loucura e não se superou. Menotti Del Picchia afirmou que “A grande luta do Quixote, e de todo o ser humano é superar a si mesmo.”
Sobre como compõe poemas, Jaorish explica: “Não posso prever meu estro. Não sou um poeta intencional, tudo surge por inspiração. Não sigo regras. Quando o poema surge com rimas e métricas, não é por intenção intelectual; simplesmente surge, vem de Luz Divina ou de um sussurro de Coro dos Anjos. E assim aparecem sonetos, sextilhas, sei lá o que mais! Sei que surgem na mente sem precisar me preocupar contar fonemas ou rimas! Defendo a poesia como sentimento e não como um simples jogo de palavras e de intelectualidade.” E ao dizer isso, ele cita Manuel Bandeira, Maria do Carmo Barreto Campello de Melo, Waldemar Lopes e Telles Júnior, defensores dessa liberdade de poetar! Complementa, expressando trecho de um poema dele:
“Quixotesco e transgressor mudei marcos cronológicos,
Recriando esperanças infantis de mundos quiméricos.
Hoje, lívido, busco o silêncio
Longe de qualquer pensamento,
Do mundo hodierno sem intento.
E ouço a música das águas e dos ventos.
A Natureza compõe a Sinfonia diáfana
Na lírica poética delirante de minh’alma. ”
E assim, Jaorish canta sua terra, suas paixões. Diz que seus poemas não são românticos, pois falta muita coisa para ser do Movimento Romântico: não é boêmio, principalmente. Por escrever lirismo sobre paixões não quer dizer que seja um romântico. Tem mais um jeito surrealista...
Gosta de transgredir com sua arte engajada, afrontando o grotesco do sistema sócio-politiqueiro, denunciando, criticando e registrando em versos fatos e ações, em poético cronicar, defendendo os mais frágeis, a Natureza e a Arte Libertadora.
Sobre isso, ele escreveu:
“Há fases que muito escrevo e há outras épocas sem palavras. Há momentos com muitas palavras e sem grafos, sem rabiscos e sem palavras. Instantes de vocábulos aos ventos. Num barulhar de idéias ou nos momentos de silêncio se originam obras literárias. O silêncio nutrindo o estro, onde zelosamente repassam cenas do viver, em tela de emocinal revelação: A alegria ou a tristeza; o encanto ou o desencanto; a felicidade ou o descontentamento; o prazer ou a amargura; o riso ou as lágrimas. Ou marcando e satirizando as verdades acacianas do Sistema sócio-econômico politiqueiro gerador de liliputianos esquemas culturais (nem falo em projetos, mas digo “esquemas”), sob ensurdecimentos de um povo cego aos pantagruélicos banquetes das tramóias desgovernamentais (por este motivo, há necessidades dos artistas transgressores e de pensamentos libertos dos grilhões de pseudas-ideologias e falsos igualitarismos). Forças clareiam idéias, imagens vagueiam a mente, figurando poemas, dramas, contos e romances. E os sonhos se concretizam em Literatura.”
Sobre viver ainda ser teimoso transitar em Palmares (Jaorish afirma que é Cidadão do Mundo, porém há um transitar na Luta Cultural Palmarenses), ele escreveu no poema “Heranças de Rebeldia Quilombola”:
Em minhas veias circulam heranças de Cultura e Grandeza,
E como cantador e poeta, mato a cobra e mostro o pau,
Me arreto, dou cambalhotas, gingo capoeira e viro a mesa
Mas não arredo o pé do meu lugar, eu luto por minha terra
Como os poetas lutaram pelo nome da Cidade ser honrado
Novamente com o nome batizado pelo africano amotinado e hoje ser conhecida como a tradicional Terra dos Poetas.
Palmares, eu te amo pelo valor cultural e lutas que encerras.
Sobre o Sistema sócio-político palmarense, expressou num poema:
Sempre no quadro sócio-político se prova,
Pelo que o mando do poder econômico aprova.
E cada clã enriquecido, entra na luta infame
Da refrega sócio-politiqueira, crescente a cada instante
Pelo poder do mando e da manipulação das massas;
Como gado bovino, levadas ao abatedouro eleitoral.
E sobre a atualidade palmarense, Jaorish escreveu:
Época da volta de truculência coronelista,
Trucidamentos das tradições e do patrimônio cultural.
Poder econômico, a propaganda enganosa,
Falsos discursos prometendo ilusões;
Na usurpação do poder, nepotismo e plutocracia implantada,
Cujas armas é a calúnia,
O vilipêndio e a injúria.
Pisam nas Leis e compram frágeis lideranças
Entregues ao medo e à subordinação.
Não há espaço para quem cria e livre pensa.
E quem teima e a teimosa resistência intenta
É ridicularizado e discriminado
E pela corja servil acusado
De louco ou infame agitador.
E até meu verso de amor
É traduzido como subversor,
Mesmo sem fitas colorizadas
Pelas tendências ou facções partidárias políticas.
Mas vivo livre em consciência fiel às lutas artísticas!
E ainda é otimista sobre o futuro da Cidade dos Palmares:
Meu sonho poético, ainda embala um Rio que arrota esgotos imundos.
Essas águas ainda serão purificadas pelos cânticos dos poetas, mesmo ausentes
Desta terra de cantadores migrantes, em exílio forçado pelas botas demagógicas.
Há uma tradição quilombola inerente a essa nossa gente, livre de todas as lógicas.
Esse Rio tão negro, tão Una quanto o nublado passado do coronelismo escravagista...
Mesmo sob o chicote da monocultura açucareira, assoreando o Líquido Poeta Negro;
Mesmo sob o ditame econômico das Usinas açucareiras,
Dejetando morticínios da fluvial fauna e flora;
Mesmo sob o açoite dos dejetos da subcultura, nutrida pela desgovernança poluidora das mentes débeis, iludidas ou vendidas em leilões da honra e da dignidade;
Os cânticos poéticos serão ecos espelhados pelas águas ressuscitadas.
Todos os Cristãos acreditam em Ressurreição!
O amor à terra, ao ar e às águas, ressuscitará a Vida Natural e a Liberdade!
Há Forças mantenedoras da Memória de um passado de Glórias e Lutas Quilombolas, Sutilmente energizando conspirações pacifistas para o Bem.
E sei que além do meu grito louco há muito mais alguém
Esse povo tem heranças de índios e negros rebeldes.
Há guerreiros adormecidos em todos observadores inertes,
Bastando apenas vozes para acender as chamas de rebelião.
Seremos, com certeza, libertos dessa passageira escravidão!
Num encontro entre poetas, assim disse Antonio Caetano (saudoso repentista cordelista, vizinho de Jaorish, lá da Rua do Jardim, em Palmares), elogiando Jaorish: “Sua poesia tem saber... você ensina através de seus versos que têm pura filosofia... Afinal, a Poesia é a linguagem angelical dos mundos das Dimensões Superiores de vida... E esse dom da Poesia você tem, você é grande, não é um simples rimador brincando de fazer versos; você é poeta de verdade mesmo!”
E sobre esse “saber poético” e a ignorância e hipocrisia social aos poetas, Jaorish descreveu no poema “É Poesia o Amor em Vida”:
A Verdadeira Poesia nasce da Luz Divina!
É Canto que coro angelical nos ensina,
No calor do Fogo Sagrado
De um poeta inspirado. Quando surge, tudo no Céu é festa!
É Palavra que a Divindade atesta.
.........................................................
Ai de quem despreza e rejeita tal energia!
Ai de quem ao Poeta relega duras penas!
Ai de quem à Alma do Poeta dá grosseria!
Ai de quem do Poeta rejeita seus poemas;
E negando-se ao fluir de mútua sublimidade,
Castiga-se para triplo sofrer pela Eternidade.
No Orkut, assim afirmou Bemvindo Sequeira (Ator de teatro, tv e cinema, Diretor de Teatro, Dramaturgo, autor de textos para TV): “ A sensação que me dá é que você é o último dos poetas.teima em ser poeta, rema contra a maré, e é harmonioso no que escreve. Ah se o mundo fosse povoadpo de mais poetas como vc. ... O que eu acho maravilhoso é que você me faz redescobrir a poesia neste País. Meu filho...vc é gênio !! Carismático, tocado pelo Dom. Deus já te abençoou, abençoa-nos a nós."
Sobre o Amor, Jaorish escreveu no poema “Amar: Razão do meu viver ”:
O verdadeiro amor é mistério sempre presente.
Não brota fácil no jardim do viver,
Nem se troca a cada dia como flores de um jarro.
Aduba-se com o carinho, atenção e compreensão,
Tolerância, paz, ternura, bondade.
E acima de tudo, promove liberdade!
O verdadeiro amor é pura poesia,
No viver pelo culto da bondade e alegria,
Na simplicidade, humilde presente.
Não requer rima nem métrica,
Flui fácil quando almas afins
Encontram-se no mundo,
-destinos escritos nas estrelas, -
raridade de energias nascidas
Na união de corpos e mentes,
Alquimia de incomparável beleza.
E perguntando como seria se ele morrese naquele momento, Jaorish respondeu com trecho do poema “Prenúncios de Liberdade”:
Se eu morrer em poucas horas
Ou já, agora, de madrugada...
Ou deixar a Terra amanhã
Ou daqui a alguns dias:
Deixarei um legado poético
Que teci somente para mulher amada.
E levarei a saudade nas asas da poesia.
E sobre os rompantes da vida de um poeta, ele expressa no poema:
Um Poeta Não Pode Calar!
Um poeta pode voar para os teus sonhos,
Invadindo-os com os mais belos versos risonhos.
Um poeta inspirado ajoelha-se em público,
diante do ser amado, enigmático
ou explícito nos lugares mais inusitados.
E em versos declamados
declara com toda gana,
à todos por quem ama.
Um poeta enfrenta barreiras sociais,
contra quaisquer algozes senhoriais.
O sofrer sublima com rimas raras.
E com suas sutis metafóricas falas,
afronta convenções e se transforma errante,
para ter sua amada ao seu lado a todo instante.
Porém, o poeta verdadeiro,
desnudando-se por inteiro,
não mente para sua amada;
busca o amor sem máscara,
não se envolve em leviandade.
É mensageiro da Eternidade.
Todo esse sentimento que em mim explode,
Invade o éter, e às mais altas esferas sobe!
Não posso deixar estanque;
decanto ele a cada instante,
nem que meu coração se arranque,
e, em labaredas de fogo crepitante,
esfacele-se em milhões de pedaços.
Irá para o Infinito, terá maiores espaços,
nos sublimes eternos intentos;
onde surgem meus sentimentos,
suprindo incidentes factuais,
além desejos físicos sensuais.
E assim é o livro QUIXOTESCÂNTICO, brevemente publicado pela Editora LivroRapido, do Grupo Elógica, com 200 páginas de puro encanto poético.
Mais uma teimosia de um escritor da Terra dos Poetas, num empreendimento literário de Resistência.
Jaorish tem outros 4 livros publicados: “Reciclagem de Sentimentos” (poemas), “Os Órfãos da Lua” (3 peças teatrais), “Esqueceram Que Os Poetas Sabem Voar” (poemas e um Conto de Luz), “Luminar Poético de Um Devaneio Passional” (romance). Para ver resumo dos livros e comprar via internet, veja no site http://www.jaorish.xpg.com.br/.
Publicado no site http://www.jornalolho.xpg.com.br/
© Jaorish Gomes Teles da Silva
Canal no YouTube com clipes do autor: www.youtube.com/Jaorish
O livro tem obras surgidas da interatividade na web e até obras compostas a 4 mãos, em parceria com outros artistas. E encerrando o livro, tem opiniões, críticas, depoimentos e poemas oferecidos ao artista por amigos e amigas do Brasil e exterior.
Numa entrevista, Jaorish explicou sobre o título: “Quixotescântico é a junção de duas palavras: Quixotesco e Cântico... Um cântico “quixotesco”, vocábulo provindo do personagem Dom Quixote, do romance de Miguel de Cervantes. Há uma identificação pelo meu jeito ideológico na Arte Libertadora e na teimosia de engajamentos culturais:
Viver em sonho lúcido na loucura do Viver na Arte e ter a Arte em vida. A dualidade de Dom Quixote e a dualidade da vida na Arte: loucura e lucidez...”
O dicionário Kinghost explica sobre “quixotesco”: Diz-se do que ou de quem é generosamente impulsivo; sonhador, romântico, nobre, mas um pouco desligado da realidade. Sobre isso, Jaorish afirma: “Não vejo no termo o lado pejorativo que afirma ser quixotesco quem está só na loucura e não se superou. Menotti Del Picchia afirmou que “A grande luta do Quixote, e de todo o ser humano é superar a si mesmo.”
Sobre como compõe poemas, Jaorish explica: “Não posso prever meu estro. Não sou um poeta intencional, tudo surge por inspiração. Não sigo regras. Quando o poema surge com rimas e métricas, não é por intenção intelectual; simplesmente surge, vem de Luz Divina ou de um sussurro de Coro dos Anjos. E assim aparecem sonetos, sextilhas, sei lá o que mais! Sei que surgem na mente sem precisar me preocupar contar fonemas ou rimas! Defendo a poesia como sentimento e não como um simples jogo de palavras e de intelectualidade.” E ao dizer isso, ele cita Manuel Bandeira, Maria do Carmo Barreto Campello de Melo, Waldemar Lopes e Telles Júnior, defensores dessa liberdade de poetar! Complementa, expressando trecho de um poema dele:
“Quixotesco e transgressor mudei marcos cronológicos,
Recriando esperanças infantis de mundos quiméricos.
Hoje, lívido, busco o silêncio
Longe de qualquer pensamento,
Do mundo hodierno sem intento.
E ouço a música das águas e dos ventos.
A Natureza compõe a Sinfonia diáfana
Na lírica poética delirante de minh’alma. ”
E assim, Jaorish canta sua terra, suas paixões. Diz que seus poemas não são românticos, pois falta muita coisa para ser do Movimento Romântico: não é boêmio, principalmente. Por escrever lirismo sobre paixões não quer dizer que seja um romântico. Tem mais um jeito surrealista...
Gosta de transgredir com sua arte engajada, afrontando o grotesco do sistema sócio-politiqueiro, denunciando, criticando e registrando em versos fatos e ações, em poético cronicar, defendendo os mais frágeis, a Natureza e a Arte Libertadora.
Sobre isso, ele escreveu:
“Há fases que muito escrevo e há outras épocas sem palavras. Há momentos com muitas palavras e sem grafos, sem rabiscos e sem palavras. Instantes de vocábulos aos ventos. Num barulhar de idéias ou nos momentos de silêncio se originam obras literárias. O silêncio nutrindo o estro, onde zelosamente repassam cenas do viver, em tela de emocinal revelação: A alegria ou a tristeza; o encanto ou o desencanto; a felicidade ou o descontentamento; o prazer ou a amargura; o riso ou as lágrimas. Ou marcando e satirizando as verdades acacianas do Sistema sócio-econômico politiqueiro gerador de liliputianos esquemas culturais (nem falo em projetos, mas digo “esquemas”), sob ensurdecimentos de um povo cego aos pantagruélicos banquetes das tramóias desgovernamentais (por este motivo, há necessidades dos artistas transgressores e de pensamentos libertos dos grilhões de pseudas-ideologias e falsos igualitarismos). Forças clareiam idéias, imagens vagueiam a mente, figurando poemas, dramas, contos e romances. E os sonhos se concretizam em Literatura.”
Sobre viver ainda ser teimoso transitar em Palmares (Jaorish afirma que é Cidadão do Mundo, porém há um transitar na Luta Cultural Palmarenses), ele escreveu no poema “Heranças de Rebeldia Quilombola”:
Em minhas veias circulam heranças de Cultura e Grandeza,
E como cantador e poeta, mato a cobra e mostro o pau,
Me arreto, dou cambalhotas, gingo capoeira e viro a mesa
Mas não arredo o pé do meu lugar, eu luto por minha terra
Como os poetas lutaram pelo nome da Cidade ser honrado
Novamente com o nome batizado pelo africano amotinado e hoje ser conhecida como a tradicional Terra dos Poetas.
Palmares, eu te amo pelo valor cultural e lutas que encerras.
Sobre o Sistema sócio-político palmarense, expressou num poema:
Sempre no quadro sócio-político se prova,
Pelo que o mando do poder econômico aprova.
E cada clã enriquecido, entra na luta infame
Da refrega sócio-politiqueira, crescente a cada instante
Pelo poder do mando e da manipulação das massas;
Como gado bovino, levadas ao abatedouro eleitoral.
E sobre a atualidade palmarense, Jaorish escreveu:
Época da volta de truculência coronelista,
Trucidamentos das tradições e do patrimônio cultural.
Poder econômico, a propaganda enganosa,
Falsos discursos prometendo ilusões;
Na usurpação do poder, nepotismo e plutocracia implantada,
Cujas armas é a calúnia,
O vilipêndio e a injúria.
Pisam nas Leis e compram frágeis lideranças
Entregues ao medo e à subordinação.
Não há espaço para quem cria e livre pensa.
E quem teima e a teimosa resistência intenta
É ridicularizado e discriminado
E pela corja servil acusado
De louco ou infame agitador.
E até meu verso de amor
É traduzido como subversor,
Mesmo sem fitas colorizadas
Pelas tendências ou facções partidárias políticas.
Mas vivo livre em consciência fiel às lutas artísticas!
E ainda é otimista sobre o futuro da Cidade dos Palmares:
Meu sonho poético, ainda embala um Rio que arrota esgotos imundos.
Essas águas ainda serão purificadas pelos cânticos dos poetas, mesmo ausentes
Desta terra de cantadores migrantes, em exílio forçado pelas botas demagógicas.
Há uma tradição quilombola inerente a essa nossa gente, livre de todas as lógicas.
Esse Rio tão negro, tão Una quanto o nublado passado do coronelismo escravagista...
Mesmo sob o chicote da monocultura açucareira, assoreando o Líquido Poeta Negro;
Mesmo sob o ditame econômico das Usinas açucareiras,
Dejetando morticínios da fluvial fauna e flora;
Mesmo sob o açoite dos dejetos da subcultura, nutrida pela desgovernança poluidora das mentes débeis, iludidas ou vendidas em leilões da honra e da dignidade;
Os cânticos poéticos serão ecos espelhados pelas águas ressuscitadas.
Todos os Cristãos acreditam em Ressurreição!
O amor à terra, ao ar e às águas, ressuscitará a Vida Natural e a Liberdade!
Há Forças mantenedoras da Memória de um passado de Glórias e Lutas Quilombolas, Sutilmente energizando conspirações pacifistas para o Bem.
E sei que além do meu grito louco há muito mais alguém
Esse povo tem heranças de índios e negros rebeldes.
Há guerreiros adormecidos em todos observadores inertes,
Bastando apenas vozes para acender as chamas de rebelião.
Seremos, com certeza, libertos dessa passageira escravidão!
Num encontro entre poetas, assim disse Antonio Caetano (saudoso repentista cordelista, vizinho de Jaorish, lá da Rua do Jardim, em Palmares), elogiando Jaorish: “Sua poesia tem saber... você ensina através de seus versos que têm pura filosofia... Afinal, a Poesia é a linguagem angelical dos mundos das Dimensões Superiores de vida... E esse dom da Poesia você tem, você é grande, não é um simples rimador brincando de fazer versos; você é poeta de verdade mesmo!”
E sobre esse “saber poético” e a ignorância e hipocrisia social aos poetas, Jaorish descreveu no poema “É Poesia o Amor em Vida”:
A Verdadeira Poesia nasce da Luz Divina!
É Canto que coro angelical nos ensina,
No calor do Fogo Sagrado
De um poeta inspirado. Quando surge, tudo no Céu é festa!
É Palavra que a Divindade atesta.
.........................................................
Ai de quem despreza e rejeita tal energia!
Ai de quem ao Poeta relega duras penas!
Ai de quem à Alma do Poeta dá grosseria!
Ai de quem do Poeta rejeita seus poemas;
E negando-se ao fluir de mútua sublimidade,
Castiga-se para triplo sofrer pela Eternidade.
No Orkut, assim afirmou Bemvindo Sequeira (Ator de teatro, tv e cinema, Diretor de Teatro, Dramaturgo, autor de textos para TV): “ A sensação que me dá é que você é o último dos poetas.teima em ser poeta, rema contra a maré, e é harmonioso no que escreve. Ah se o mundo fosse povoadpo de mais poetas como vc. ... O que eu acho maravilhoso é que você me faz redescobrir a poesia neste País. Meu filho...vc é gênio !! Carismático, tocado pelo Dom. Deus já te abençoou, abençoa-nos a nós."
Sobre o Amor, Jaorish escreveu no poema “Amar: Razão do meu viver ”:
O verdadeiro amor é mistério sempre presente.
Não brota fácil no jardim do viver,
Nem se troca a cada dia como flores de um jarro.
Aduba-se com o carinho, atenção e compreensão,
Tolerância, paz, ternura, bondade.
E acima de tudo, promove liberdade!
O verdadeiro amor é pura poesia,
No viver pelo culto da bondade e alegria,
Na simplicidade, humilde presente.
Não requer rima nem métrica,
Flui fácil quando almas afins
Encontram-se no mundo,
-destinos escritos nas estrelas, -
raridade de energias nascidas
Na união de corpos e mentes,
Alquimia de incomparável beleza.
E perguntando como seria se ele morrese naquele momento, Jaorish respondeu com trecho do poema “Prenúncios de Liberdade”:
Se eu morrer em poucas horas
Ou já, agora, de madrugada...
Ou deixar a Terra amanhã
Ou daqui a alguns dias:
Deixarei um legado poético
Que teci somente para mulher amada.
E levarei a saudade nas asas da poesia.
E sobre os rompantes da vida de um poeta, ele expressa no poema:
Um Poeta Não Pode Calar!
Um poeta pode voar para os teus sonhos,
Invadindo-os com os mais belos versos risonhos.
Um poeta inspirado ajoelha-se em público,
diante do ser amado, enigmático
ou explícito nos lugares mais inusitados.
E em versos declamados
declara com toda gana,
à todos por quem ama.
Um poeta enfrenta barreiras sociais,
contra quaisquer algozes senhoriais.
O sofrer sublima com rimas raras.
E com suas sutis metafóricas falas,
afronta convenções e se transforma errante,
para ter sua amada ao seu lado a todo instante.
Porém, o poeta verdadeiro,
desnudando-se por inteiro,
não mente para sua amada;
busca o amor sem máscara,
não se envolve em leviandade.
É mensageiro da Eternidade.
Todo esse sentimento que em mim explode,
Invade o éter, e às mais altas esferas sobe!
Não posso deixar estanque;
decanto ele a cada instante,
nem que meu coração se arranque,
e, em labaredas de fogo crepitante,
esfacele-se em milhões de pedaços.
Irá para o Infinito, terá maiores espaços,
nos sublimes eternos intentos;
onde surgem meus sentimentos,
suprindo incidentes factuais,
além desejos físicos sensuais.
E assim é o livro QUIXOTESCÂNTICO, brevemente publicado pela Editora LivroRapido, do Grupo Elógica, com 200 páginas de puro encanto poético.
Mais uma teimosia de um escritor da Terra dos Poetas, num empreendimento literário de Resistência.
Jaorish tem outros 4 livros publicados: “Reciclagem de Sentimentos” (poemas), “Os Órfãos da Lua” (3 peças teatrais), “Esqueceram Que Os Poetas Sabem Voar” (poemas e um Conto de Luz), “Luminar Poético de Um Devaneio Passional” (romance). Para ver resumo dos livros e comprar via internet, veja no site http://www.jaorish.xpg.com.br/.
Publicado no site http://www.jornalolho.xpg.com.br/
© Jaorish Gomes Teles da Silva
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